Ministro de Energia e Petróleo anuncia início das investigações do acidente em Aban Pearl e confirma que não há vítimas
iG São Paulo | 13/05/2010 11:29
Foto: AFP Ampliar
Presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou pelo Twitter que plataforma havia afundado
O Ministério de Energia e Petróleo da Venezuela começou as investigações para descobrir por que a plataforma de gás Aban Pearl, no Estado de Sucre, afundou nesta quinta-feira em frente ao litoral leste da Venezuela. Segundo o titular da pasta, Rafael Ramírez, o acidente não deixou vítimas e não causará qualquer tipo de contaminação ambiental.
"Não há nenhum perigo de fuga de gás, que, nesse caso, seria gás seco. O poço da plataforma foi desligado, foram ativadas as válvulas de segurança e mecanismos adicionais. Posso afirmar que o poço Dragão 6 está estável", disse Ramírez ao canal estatal de televisão. Segundo ele, um Comitê de Investigações foi encarregado de fazer as averiguações sobre o caso.
"Adotamos todos os procedimentos estabelecidos para casos como esses", acrescentou Ramírez, depois de confirmar que os 95 ocupantes da plataforma foram resgatados com vida. Segundo o jornal venezuelano El Universal, o ministro explicou que às 11h20 de quarta-feira (12h50 em Brasília) se ativou o alarme por uma falha em um sistema da plataforma e sua inclinação inicialmente, o que motivou a decisão de retirar quase todos os trabalhadores, menos o capitão e os dois responsáveis pelo sistema de flutuação.
"Por volta da 1h (2h30 em Brasília), o capitão e seus dois ajudantes foram resgatados porque a inclinação da plataforma atingiu 45 graus. Às 2h20 (3h50 em Brasília) houve o afundamento. Agora, não há nenhum rastro de que ali havia uma plataforma", disse Ramírez.
O ministro informou que vai viajar à cidade de Carúpano, a 545 quilômetros a leste de Caracas, para chegar até o navio broca "Netuno" e avaliar a situação no local do acidente.
Ramírez assinalou que a plataforma é de propriedade da empresa indiana Petromarin, destacando que antes de iniciarem as suas operações em águas venezuelanas a idoneidade da empresa reguladora foi inspecionada e certificada. "Disseram que estava em ótimas condições, por isso temos de ser muito cuidadosos na investigação", afirmou o titular de Energia ao referir-se às causas que poderiam causar o acidente.
Ramírez adiantou que tudo parece indicar que o problema surgiu em um dos pontilhões situados na base da plataforma, onde se apoiam as colunas de sustentação. Esses pontilhões têm um sistema de equilíbrio que inclui válvulas de bombeamento e outros mecanismos reguladores que, aparentemente, falharam em alguma das manobras.
Ramírez revelou que a investigação incluirá o envio ao fundo do mar de um robô "que fará uma inspeção direta da estrutura sobre a qual se assentava a plataforma". Ele também reiterou que o poço Dragão 6 foi "fechado" com fluidos especiais e por outros sistemas de segurança, "não havendo risco de contaminação ambiental".
O anúncio do afundamento da plataforma foi feito pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na madrugada por meio da sua conta na rede social Twitter. "Com pesar informo que afundou a plataforma de gás Aban Pearl há poucos momentos. A boa notícia é que os 95 trabalhadores estão salvos", escreveu Chávez em sua primeira mensagem sobre o assunto.
Pouco depois, o presidente venezuelano voltou a informar que os trabalhadores haviam sido resgatados e dois patrulheiros da Marinha estavam na região. Chávez detalhou que a "plataforma era semissubmergível" e "à meia-noite (22h30 em Brasília) inclinou, acumulou água", por isso que "encerraram as operações" e retiraram os trabalhadores.
O ministro disse que a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) recebeu apoio da Marinha para resgatar os trabalhadores. No ano passado, a PDVSA incorporou a plataforma semissubmergível Aban Pearl aos equipamentos de perfuração do país.
Segundo a companhia petrolífera estatal venezuelana, a broca, proveniente de Cingapura, permitiria a construção de poços para início de exploração em campos marítimos venezuelanos.
*Com EFE
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